Ruídos: São interferências causadas na rede elétrica por emissão eletromagnética (EMI: Eletromagnetic Interference) e por emissões de rádio freqüência (RFI: Radio-Frequency Interference).
Essas interferências "poluem" o sinal elétrico alterando suas características.
Os principais agentes causadores de RFI são, os transmissores de rádio,TV, radioamadores, etc.
Já as redes de alta tensão, lâmpadas fluorescentes, motores elétricos, máquinas de solda, relâmpagos, etc. causam principalmente a EMI , e também RFI. Para filtrar essas interferências é usado um circuito LC (capacitores+bobinas) chamado “filtro passa baixas”. Tem esse nome por oferecer resistência à passagem das altas freqüências, e nada influir nas baixas.
Como a freqüência da rede elétrica é 60Hz, usamos um filtro com freqüência de corte acima desse valor. Geralmente esses filtros têm sua freqüência de corte em torno dos 40KHz.
Freqüência de corte é o ponto onde o filtro começa a atuar, derrubando drasticamente a amplitude do sinal interferente, e quanto mais alta for a freqüência, menor será a sua amplitude.
Para obter mais informações de como funciona um filtro passivo, veja esse arquivo:
O componente responsável em filtrar os transientes é chamado varistor, o qual merece uma atenção especial, pois é o componente vital do circuito. A figura abaixo mostra dois tamanhos de varistores: o da direita de 10mm e o da esquerda 20mm de diâmetro. Existem outros tamanhos
Varistor: (MOV – Metal Oxid Varistor): Os varistores são corpos cerâmicos altamente densos com características não-ôhmicas. Sua função é restringir sobretensões transitórias, ou seja, tem a função de manter o valor do potencial elétrico quando ocorre um grande aumento no campo elétrico aplicado. Os varistores são também conhecidos como resistores não lineares ou limitadores de tensão. São resistores não-ôhmicos, caracterizados por uma resistência elétrica que diminui com o aumento do potencial aplicado, ou seja, não obedecem a lei de Ohm: I=E/R, em que “E” é a tensão aplicada ao circuito, “R” é a resistência e “I” é a corrente que passa pelo circuito.
Para os varistores essa equação é modificada pelo fato que a corrente não varia linearmente com a tensão aplicada. Fica desta forma: I=(E/C)ª, em que “C” é uma constante chamada de resistência não-ôhmica, e “a” de coeficiente de não-linearidade. Quanto maior o valor de “a”, mais sensível é o dispositivo a pequenas mudanças no potencial elétrico aplicado, e, portanto, melhor é o varistor. Veja mais detalhes no link abaixo:
Tabela com especificações de alguns varistores para média potência:
Os itens marcados com um retângulo alaranjado, são indicados para a interligação entre Neutro e Terra em 127 Volts.
Os itens marcados com um retângulo azul, são indicados para interligação entre Fase e Neutro e Fase e Terra em redes 127 Volts e em alguns caso para 220 Volts interligando Fase e Terra.
Os marcados com retângulo vermelho, são indicados para 220 Volts.
Os indutores teremos que fabricá-los. Esses junto aos capacitores formam o filtro de ruídos.
É uma tarefa muito fácil. Basta ter em mãos dois núcleos toroidais, desses encontrados em fontes de PC, e alguns metros de fio esmaltado. Se conseguir núcleos de ferrite, melhor ainda, pois com eles consegue-se maior indutância, e consequentemente abaixa-se bastante a frequência de corte. Porém, como fiz esse tópico na intenção auxiliar a quem possui fontes queimadas no fundo do armário a aproveitar material dessas, os núcleos amarelos localizados na saída servirão perfeitamente. E são justamente esses que estão aí.
Núcleo toroidal aproveitado de uma fonte queimada:
Lista de material:
3x Varistores: “Atenção especial em relação a tensão de serviço (VRMS)”.
Para rede 110 Volts: Consultar os esquemas.
Para rede 220 Volts: Consultar os esquemas.
4x Capacitores cerâmicos 4700pF x 1200V (Classe Y)
1x Capacitor de Poliéster 470nF x 630V (Classe X)
4 metros de fio esmaltado com diâmetro de 0,80mm (AWG 20)
2x Núcleos toroidais medindo 27mm de diâmetro externo x 11mm de largura x 5,5mm de espessura.
1x Placa de circuito impresso medindo 15cm x 6cm. 1x
Caixa plástica que caiba o circuito.
2x Porta fusíveis
2x Fusíveis 4 Ampéres para 110 Volts.
2x Fusíveis 2 Ampéres para 220Volts.
Obs: A capacidade dos fusíveis também dependerá de quantos equipamentos serão ligados ao filtro.
1x Cabo de alimentação com plug. (entrada)
Tomadas 2P+T de boa qualidade.(saída)
Providenciar um bom aterramento.
Circuitos práticos:
Muita atenção nos esquemas abaixo em relação aos varistores, aterramento e fusíveis. Pois cada um é específico para cada caso.
Este circuito é para rede de 127 Volts, em caso de não dispor de um aterramento.
Este circuito é para rede 127 Volts com disponibilidade de aterramento.
Obs: O varistor VR3, que interliga Neutro e Terra, pode ser substituído por um com a menor tensão de serviço possível, em torno de 15 a 30 Volts. Porém terá de tomar muito cuidado com a polarização da entrada, pois se a mesma for invertida, provocará um curto rompendo o fusível, e possivelmente destruindo o varistor.
Este circuito é para rede de 220 Volts sem disponibilidade de aterramento.
Este circuito é para rede de 220 Volts, onde o potencial entre Fase e Neutro ou Fase e Terra é de 220 Volts. E com disponibilidade de aterramento.
Este circuito é para rede de 220 Volts, onde o potencial entre Fase e Neutro ou Fase e Terra é de 127 Volts. E com disponibilidade de aterramento.